Nomeada Doutoranda no Hepic, Monalisa relata trajetória de propósito, admiração e coletividade

A pesquisadora Maria Monalisa Melo terminou seu Mestrado e agora inicia sua trajetória como doutoranda no Hepic. Depois de realizar duas iniciações científicas a respeito dos mecanismos de detecção e o mestrado na área de fenomenologia, ela passa a atuar com foco na parte experimental do processo, que analisará dados envolvendo jatos hadrônicos e outras propriedades vinculadas a estes.

 

Em sua carreira acadêmica no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP), a doutoranda direciona seu foco a Física de Partículas. Em seu último trabalho de destaque, ela se debruçou no projeto de pesquisa que estuda as propriedades da interferência do meio sobre os jatos hadrônicos que ocorrem em colisões de íons pesados relativísticos.

 

Para mapear e medir os resultados da colisão, os pesquisadores como Monalisa, utilizam o Acelerador de Partículas Large Hadron Collider (LHC) por meio do experimento ALICE, vinculado ao grupo Hepic e localizado no CERN (Suiça).

 

De acordo com a Doutoranda, existe um estado da matéria chamado plasma de quarks e glúons com propriedades interessantes, uma vez que suas temperaturas e pressão são extremamente altas. "Essa matéria aparece quando há uma colisão entre núcleos e acredita-se que esse estado tenha se originado no Big Bang, por isso, estuda-se várias propriedades relacionadas a ela", completa Monalisa.

 

Responsável por essas colisões, o experimento ALICE busca compreender as propriedades desse Plasma de Quarks e Gluons . Sendo assim, a pesquisa da Monalisa busca aprender algo sobre esse plasma a partir do estudo das modificações de jatos hadrônicos, formados quando quarks e gluons sofrem um espalhamento de elevada energia durante as colisões entre núcleos, permitindo  "identificar se há alguma interferência  desse meio,  pode ajudar a trazer  informações valiosas a respeito do QGP", salienta Monalisa.

 

Presente, passado e futuro: pesquisa e dados como processo de avanço coletivo

 

Apesar de não apresentar impactos diretos na sociedade em geral, o estudo de partículas elementares  pode trazer avanços de forma direta e indireta em outras áreas de conhecimento  e até mesmo na concepção de novas tecnologias, como foi o caso do  Touch Screen do telefone celular e a internet, desenvolvidos de forma pioneira no laboratório CERN

 

Em tempo, a partir da entrevista com a equipe de comunicação do grupo, a Doutoranda destaca o conhecimento sobre tudo o que aconteceu nos nanosegundos da origem do universo. "Eu acho que a motivação principal é tentar levar para a sociedade o conhecimento sobre o nosso Universo e a tecnologia criada no processo de criação desse conhecimento, como por exemplo o Chip Sampa o qual tive contato nas IC's e no Mestrado", completa.

 

Além disso, para ela, uma das coisas mais importantes no processo da pesquisa é garantir que os avanços da mesma consiga gerar dados para os pesquisadores do presente e do futuro, como parte de uma construção coletiva. Já quanto aos objetivos individuais, ela espera continuar integrando o experimento ALICE.